Contos Curtíssimos de Terror
Quando era pequeno, a mãe o embalava assim:
Um gato e o sapato no beco molhado
E a chuva acabou, mas o pingo rolou
Caiu do telhado de um jeito engraçado,
Errando um gato que quase miou
A poça era rasa e o homem ao seu lado
Era tão magricela que quase afundou
Seu nariz bem colado ao chão empossado
Era tão curto que se afogou
Aos 45 anos e surpreendido pelo mal súbito, Benjamin Elias caíra ao beco. Havia um gato perto da lixeira de metal, deitado a um sapato abandonado para apodrecer.
Um pingo de chuva caíra da marquise, errando o gato e acertando a superfície inclinada da lixeira, deslizando para a poça na qual Beni se afogava.
O peito dele estava tão cheio e pesado, ele mal pôde se mexer.
Beni ouvia a voz delicada da mãe, morta havia dez anos, acalentava-o e guiava de volta para casa.